Tem gente que acorda todo dia, toma banho, trabalha, paga boleto, ri de um meme, reclama do governo, posta uma selfie meio desanimada com legenda motivacional e vai dormir com a sensação de que está “fazendo o melhor que pode”.
Mas, honestamente?
Isso não é viver.
Isso é sobreviver com Wi-fi.
Você segue protocolos. Evita riscos. Foge do desconforto. Acredita que está “esperando o momento certo” pra mudar — mas no fundo está esperando a vida acabar sem fazer muito barulho.
Você não tem uma vida.
Você tem uma manutenção existencial disfarçada de rotina.
E a parte mais cruel?
Te ensinaram que isso é normal.
Omundo quer que você aceite a vida como ela é
“É assim mesmo.”
“Trabalho é sofrimento.”
“Dinheiro não traz felicidade.”
“Não dá pra ter tudo.”
“Se conforma.”
Frases assim não foram feitas pra te proteger. Foram feitas pra te domesticar.
Pra manter sua mente na coleira enquanto você assiste de camarote outras pessoas criarem a realidade que você só fantasia no travesseiro.
O sistema inteiro foi desenhado pra isso:
Educação que ensina obediência, não pensamento.
Trabalho que ensina submissão, não propósito.
Religião que ensina culpa, não consciência.
Entretenimento que ensina fuga, não enfrentamento.
Tudo ao seu redor grita: “Aceite.”
Mas dentro de você algo sussurra:
“Crie.”
Ocriador incomoda o sobrevivente
Quem decide viver de verdade vira uma ameaça ambulante.
Porque ele não repete a cartilha.
Ele questiona, muda, inventa.
Ele para de pedir permissão e começa a fazer.
Enquanto uns dizem “não é bem assim”, ele vai lá e faz ser.
Criar a própria vida é um ato de insubordinação silenciosa.
É dizer pro mundo: “Obrigado pelas sugestões, mas eu vou escrever meu próprio manual.”
É colocar um ponto final em todas as desculpas socialmente aceitas.
E isso exige coragem.
A coragem de pensar diferente.
De agir sem aplausos.
De perder amigos.
De decepcionar a família.
De abrir mão do que é seguro pra finalmente ter algo que faça sentido.
Mas e se der errado?
Vai dar.
Algumas vezes, vai dar muito errado.
E isso é ótimo.
Porque é exatamente nas tentativas frustradas que você elimina versões de si mesmo que nunca te pertenceram.
Você tropeça, mas tropeça no seu caminho — não no roteiro que te deram de presente no nascimento.
Quem vive de verdade não coleciona vitórias.
Coleciona histórias com sentido.
Sobreviver é fácil. Basta não morrer.
Viver, por outro lado, dá trabalho.
Exige visão. Escolha. Coerência. Rebeldia.
E se você está esperando um sinal, aqui está:
Você não nasceu pra caber num manual de instruções escrito por gente frustrada.
Você nasceu pra criar.
Criar rotas. Criar impacto. Criar você mesmo.
E se isso incomodar, ótimo.
A verdade sempre incomoda quem vive de mentira.
Luiz Leal
Escritor e Life Coach Realista